Dói-me a cabeça... por dentro!

sexta-feira, março 09, 2007

Visão antecipada

Estava eu ontem, a ler o jornal, quando dou com um quadradinho que diz exactamente o que eu disse, mas por outras palavras.

"O exemplo do Benfica e o anti-exemplo do FC Porto"

"Ainda recentemente, por ocasião da passagem de mais um aniversário, o meu amigo Eusébio repetiu, na SIC, uma frase que tantas vezes lhe tenho ouvido nos nossos convívios quase diários. "Enquanto eu joguei, o FC Porto nunca petiscou". Nem mais. Entre 60/61 e 75/76, o maior jogador português de todos os tempos arrebatou onze titúlos nacionais para o Benfica (ainda hoje, recorde nacional), tendo apenas perdido quatro para o Sporting.
A reabilitação competitiva dos portistas aconteceu pós-25 de Abril. Os seus apaniguados, não raro, atribuem à queda do fascismo o ressurgimento do FC Porto enquanto grande potência da nossa praça futebolística. Mais do que razões políticas terão sido, sobretudo, do meu ponto de vista, razões financeiras, designadamente o peso do Norte industrializado em detrimento da cintura industrial de Lisboa, que viveu convulsões múltiplas.
Talvez não paradoxamentelmente, é no FC Porto que subsistem métodos e até ideários muito mais próximos da cultura retrógada do passado, em oposição a um Benfica ou a um Sporting mais democráticos ou, no mínimo, mais liberais. Exemplo recente, insofismável também, a atribuição dos prémios anuais dos dois clubes portugueses com maior reputação internacional. Enquanto na sua recente gala de aniversário, o Benfica nomeou o holandês Ronald Koeman, figura até pouco do agrado da sua massa adepta, como candidato a trinador do ano, já na cerimónia dos Dragóes de Ouro, três semanas antes, o FC Porto ignorou em absoluto Co Adrieense, que venceu a Liga e a Taça, assinando a sempre apetecida dobradinha. Ou seja, só porque saiu em conflito com a estrutura dirigente "azul e branca", o técnico foi proscrito. A ideia não é peregrina, não é virgem. Remete-nos para comportamentos a que subjazem intentos persecutórios, afinal sempre presentes em concepções de vida ditatoriais. No futebol, na política, na cultura, onde quer que seja.
Ganhou Rui Barros, o prémio de melhor treinador do ano. Ele que venceu a Supertaça nacional e que dirigiu a equipa em apenas mais dois ou três jogos. Crítica feita, importa sublinhar que nada me move contra Rui Barros. É um grande profissional, dedicado, sabedor, sempre correcto. Não é de agora que simpatizo com ele, é de há muito. Inclusive, promovi-lhe, em Setembro de 2000, uma homenagem, assinalando a despedida dos relvados enquanto jogador, à qual se associaram dezenas dos nomes mais prestigiados da família portista e de outros consagrados emblemas rivais.
Rui Barros não está, nunca estará, em causa. Antes, uma cultura anti-democrática sempre presente no Dragão. A homenagem a Manuel Bento, grande amigo e extraordinário guarda-redes, só ficou manchada no anfiteatro azul. Então, porque será?..."

João Malheiro, in Diário Desportivo


Não é que ache que a fonte seja a melhor, nem mesmo a pessoa seja das mais credíveis, mas, que concordo com tudo o que foi dito, concordo!

1 comentário(s):

Em 09 março, 2007 15:25, Anonymous Anónimo disse

Concordo também @

 

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